quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

DE UM LAGO

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
I

O lago sorri à distância
Pra eu apenas sentir,
A minha eterna constância
De quase nunca sorrir..

É uma angústia que trago
Numa ilusão que persigo
O galho morto no lago,
E o lago morto comigo.

O galho é só a lembrança
Tristeza que o lago tem...
Eu já não sou esperança,
Nunca fui sombra à niguem.

II

A pedra que afunda no lago
é de certo mais profunda
Que o geometrismo vago
Do lago onde ela afunda

E saberá certamente mais
Que o lago onde é afundada
Pois ambos só são iguais
No porquê de ser jogada.

E se o lago não perceber
A pedra que nele habita
Sera lago sem saber
Que ele apenas a imita.

Marcus Di Philippi

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