I
O lago sorri à distância
Pra eu apenas sentir,
A minha eterna constância
De quase nunca sorrir..
É uma angústia que trago
Numa ilusão que persigo
O galho morto no lago,
E o lago morto comigo.
O galho é só a lembrança
Tristeza que o lago tem...
Eu já não sou esperança,
Nunca fui sombra à niguem.
II
A pedra que afunda no lago
é de certo mais profunda
Que o geometrismo vago
Do lago onde ela afunda
E saberá certamente mais
Que o lago onde é afundada
Pois ambos só são iguais
No porquê de ser jogada.
E se o lago não perceber
A pedra que nele habita
Sera lago sem saber
Que ele apenas a imita.
Marcus Di Philippi
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
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